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Entenda os Modelos de Vínculo e Estruturas de Pagamento Mais Eficientes Para Médicos Contratados
Contratar e remunerar médicos de forma estratégica é um dos maiores desafios para gestores de clínicas médicas. A escolha do modelo de contratação impacta diretamente a lucratividade, a qualidade do atendimento e a retenção de profissionais qualificados. Afinal, um modelo mal estruturado pode gerar problemas fiscais, financeiros e operacionais.
Neste artigo, exploramos as principais formas de contratação e remuneração médica, destacando prós e contras de cada opção, além de exemplos práticos para ajudar sua clínica a tomar decisões embasadas.
1. Contratação CLT – Relação de Emprego Formal
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a forma mais tradicional de contratação, garantindo ao médico todos os direitos trabalhistas, como férias remuneradas, 13º salário, FGTS e INSS. Esse modelo traz mais estabilidade ao profissional e permite maior controle sobre a equipe, garantindo que médicos sigam padrões de atendimento alinhados à estratégia da clínica.
Apesar das vantagens, a contratação CLT tem um alto custo tributário para o empregador. Além dos encargos trabalhistas, há a necessidade de cumprimento de carga horária fixa, o que pode reduzir a flexibilidade dos atendimentos. Em clínicas com alto fluxo de pacientes, esse modelo pode ser vantajoso, mas em estabelecimentos que funcionam com baixa demanda ou horários variáveis, pode se tornar oneroso.
Exemplo prático: Uma clínica de especialidades médicas que atende pacientes por convênio pode optar por esse modelo para garantir disponibilidade de médicos durante todo o expediente, mantendo a previsibilidade do atendimento.
2. Contratação via Pessoa Jurídica (PJ) – Modelo Flexível e Menos Oneroso
O modelo PJ tem sido amplamente utilizado no setor da saúde, pois oferece maior flexibilidade e menor carga tributária para clínicas e médicos. Nele, o médico abre uma empresa e presta serviços como pessoa jurídica, emitindo notas fiscais para a clínica. Dessa forma, a clínica não arca com encargos trabalhistas como FGTS e INSS, reduzindo custos significativamente.
Por outro lado, esse modelo exige que a relação entre clínica e médico seja bem definida contratualmente para evitar riscos de judicialização por vínculo empregatício. O médico também precisa arcar com impostos e tributos de sua PJ, como ISS e IRPJ, o que pode exigir assessoria contábil para otimizar a carga tributária.
Exemplo prático: Um centro de atendimento dermatológico que trabalha com agendamentos flexíveis pode contratar médicos via PJ, ajustando os pagamentos conforme a demanda, sem custos fixos elevados.
3. Cooperativas Médicas – Alternativa Tributária e Organizacional
As cooperativas médicas permitem que médicos se organizem como uma entidade coletiva, prestando serviços para clínicas e hospitais. Esse modelo reduz encargos trabalhistas e tributários, pois os profissionais são sócios da cooperativa e não empregados da clínica.
O benefício principal desse modelo é a redução de custos e o aumento da previsibilidade financeira para a clínica, uma vez que a cooperativa gerencia os pagamentos e benefícios dos médicos. Contudo, esse formato exige que a clínica estabeleça contratos bem definidos para evitar conflitos sobre pagamentos e repasses financeiros.
Exemplo prático: Uma rede de clínicas de oftalmologia pode contratar médicos via cooperativa, garantindo atendimento contínuo sem a complexidade de gerir folhas de pagamento individuais.
4. Remuneração por Produção – Modelo Baseado em Resultados
O modelo de remuneração por produção é amplamente adotado em clínicas que priorizam o volume de atendimentos. Nele, o médico recebe um percentual sobre cada consulta, procedimento ou cirurgia realizada, o que incentiva a produtividade e a eficiência operacional.
Embora seja vantajoso para médicos que possuem alta demanda, pode gerar desigualdade entre profissionais, principalmente em clínicas onde a captação de pacientes não é equilibrada entre a equipe. Além disso, a clínica precisa garantir que o modelo seja justo e que os honorários estejam alinhados com as margens de lucro.
Exemplo prático: Clínicas odontológicas e de estética costumam remunerar profissionais com base no faturamento gerado por procedimentos, garantindo que os médicos se empenhem na conversão de pacientes.
5. Modelo Híbrido – Salário Fixo + Comissão
Para equilibrar previsibilidade financeira e incentivo à produtividade, muitas clínicas adotam um modelo híbrido, combinando um valor fixo mensal com um percentual variável baseado na produção do médico. Dessa forma, há um incentivo para que o médico mantenha um bom volume de atendimentos sem comprometer a previsibilidade de receita.
Esse modelo pode ser vantajoso para clínicas que desejam garantir presença médica contínua, mas também querem estimular o engajamento dos profissionais na captação e fidelização de pacientes.
Exemplo prático: Uma clínica de medicina esportiva pode oferecer um salário base aos ortopedistas e um bônus baseado no número de atendimentos ou na taxa de retorno dos pacientes.
6. Contrato de Parceria – Médicos como Sócios
Em algumas clínicas, os médicos se tornam sócios ou participam dos lucros do empreendimento. Esse modelo cria um alinhamento entre os interesses da clínica e dos profissionais, incentivando uma visão de longo prazo e a melhoria do atendimento.
Entretanto, essa opção exige um contrato detalhado para definir participação nos lucros, responsabilidades administrativas e regras de entrada e saída dos sócios. Caso não haja uma boa governança, conflitos podem surgir entre os profissionais envolvidos.
Exemplo prático: Em clínicas especializadas em reprodução assistida, onde o investimento em infraestrutura é alto, médicos podem se tornar sócios e compartilhar os lucros da unidade.
Conclusão
A escolha da melhor forma de contratar e remunerar médicos depende do modelo de negócios da clínica, do volume de atendimentos e da estratégia financeira da empresa. Enquanto o regime CLT pode ser ideal para clínicas que precisam de médicos fixos, o modelo PJ e a remuneração por produção oferecem mais flexibilidade e redução de custos.
A adoção de um modelo híbrido ou de parceria pode ser interessante para equilibrar previsibilidade financeira e incentivo à produtividade. Independentemente do modelo escolhido, é essencial contar com contratos bem estruturados e assessoria contábil para garantir a legalidade e a sustentabilidade da operação.
Ao definir a melhor estratégia para sua clínica, leve em consideração o impacto no fluxo de caixa, a satisfação dos médicos e a experiência dos pacientes. A escolha certa pode garantir o crescimento saudável do seu negócio e a retenção dos melhores profissionais do mercado.
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