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Garanta Segurança Jurídica na Contratação de Dentistas
A contratação de dentistas como colaboradores é uma prática comum em clínicas odontológicas, mas se não for realizada corretamente, pode gerar riscos jurídicos, como a caracterização de vínculo empregatício. Para evitar passivos trabalhistas e garantir conformidade legal, é fundamental estruturar adequadamente essa relação profissional. Neste artigo, exploramos as melhores práticas para evitar esse problema.
1. Compreendendo o Risco do Vínculo Empregatício
O vínculo empregatício ocorre quando um profissional trabalha sob as regras estabelecidas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), com características como subordinação, habitualidade, pessoalidade e onerosidade. Se esses critérios forem identificados na relação entre a clínica e o dentista, pode haver o risco de processos trabalhistas.
É fundamental entender que apenas formalizar um contrato de prestação de serviços não é suficiente. Se na prática a relação entre as partes se assemelha à de um vínculo empregatício, um eventual processo pode ser desfavorável para a clínica. Por isso, é essencial adotar medidas preventivas para evitar esse enquadramento.
Exemplo prático: Se um dentista trabalha na clínica com horários fixos, recebe ordens diretas e não pode ser substituído por outro profissional sem permissão da gestão, há grande risco de vínculo empregatício.
2. Opte por Contratos de Prestação de Serviços
Uma das principais formas de evitar o vínculo empregatício é estabelecer um contrato de prestação de serviços bem estruturado. Esse contrato deve conter cláusulas detalhadas que reforcem a autonomia do dentista e estabeleçam a natureza da relação comercial.
Pontos fundamentais no contrato:
Definir o dentista como prestador de serviços autônomo;
Especificar que não há relação de subordinação entre as partes;
Determinar que o dentista pode prestar serviços a outras clínicas;
Indicar a forma de pagamento, que deve ser por produção e não salário fixo;
Esclarecer que o dentista pode definir sua própria agenda de atendimentos.
Exemplo prático: No contrato, é essencial especificar que o dentista pode atuar em outras clínicas sem necessidade de autorização prévia, reforçando a independência profissional.
3. Estabeleça Pagamento por Produção
Uma estratégia eficaz para afastar o vínculo empregatício é adotar o modelo de pagamento por produção, ou seja, o dentista recebe conforme os atendimentos realizados e não um salário fixo mensal.
Esse formato reforça a autonomia do profissional e evita uma das características do vínculo empregatício, que é a onerosidade fixa. Além disso, o pagamento por produção motiva o profissional a atender mais pacientes e melhorar a qualidade dos serviços.
Dica importante: Para que essa prática seja válida, é essencial que o contrato mencione explicitamente que o dentista receberá pelos procedimentos executados, sem qualquer garantia de um valor fixo mensal.
4. Evite Controle Rigoroso de Horários
A subordinação é um dos critérios mais críticos na configuração do vínculo empregatício. Para evitar esse problema, a clínica deve permitir que o dentista tenha liberdade para definir seus próprios horários de atendimento.
O ideal é que a clínica disponibilize os espaços e horários para que o profissional possa agendar seus atendimentos sem imposições rígidas. Qualquer exigência de cumprimento de horários fixos pode ser usada como argumento para comprovar subordinação.
Exemplo prático: Se a clínica exige que o dentista cumpra um horário de trabalho específico, essa imposição pode ser interpretada como uma relação de subordinação, caracterizando vínculo empregatício.
5. Formalize a Atuação Como Pessoa Jurídica
Uma excelente maneira de evitar riscos trabalhistas é contratar dentistas como Pessoa Jurídica (PJ). Dessa forma, a relação se torna estritamente comercial e minimiza as chances de processos trabalhistas.
O dentista deve possuir um CNPJ ativo e emitir notas fiscais para a clínica pelos serviços prestados. Esse modelo reforça que a relação entre as partes é de empresa para empresa e não uma relação de trabalho regida pela CLT.
Dica prática: A clínica pode oferecer suporte para que o dentista abra um CNPJ, facilitando a formalização da parceria e assegurando a legalidade da prestação de serviços.
6. Permita a Substituição do Profissional
Um fator que pode caracterizar vínculo empregatício é a pessoalidade, ou seja, quando o serviço precisa ser prestado exclusivamente por um profissional, sem possibilidade de substituição.
Para evitar esse risco, o contrato deve deixar claro que o dentista pode indicar outro profissional para atendimentos, caso necessário, sem a necessidade de aprovação prévia da clínica.
Exemplo prático: Se um dentista precisa faltar a um atendimento e pode indicar outro profissional para realizar o serviço, isso reforça sua autonomia e enfraquece o argumento de vínculo empregatício.
Conclusão
Evitar o vínculo empregatício com dentistas colaboradores é essencial para garantir a segurança jurídica da clínica e evitar passivos trabalhistas. A chave para isso está em estruturar corretamente a relação profissional, garantindo que o dentista tenha autonomia, flexibilidade de horários e modelo de remuneração por produção.
Além disso, a formalização através de contratos de prestação de serviços e atuação como Pessoa Jurídica são medidas indispensáveis para evitar riscos. Aplicando essas estratégias, os gestores de clínicas odontológicas podem operar com mais tranquilidade e segurança, assegurando um modelo de negócios sustentável e livre de problemas jurídicos.
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